Colóquio Internacional Desimaginar o Mundo — Manuel António Pina
20 de Novembro, das 10h às 17h
Salão Nobre do Palacete dos Viscondes de Balsemão (Porto)
Entrada livre (inscrição prévia no site), sala limitada a 60 lugares
Período da manhã: 9h30 – 13h
9h45
Receção dos convidados
10h – 10h20
Acolhimento institucional
Sónia Rafael (CIEBA — FBAUL)
10h20 – 10h40
Abertura oficial
Secretária de Estado da Cultura, Doutora Ângela Carvalho Ferreira e Presidente da Câmara Municipal do Porto, Doutor Rui Moreira
10h40 – 11h
PAUSA PARA CAFÉ
:—::—:
Conferencistas
Painel 1
11h – 11h20
Maria João Reynaud
A palavra poética em cena – O Pássaro da Cabeça
Algumas considerações sobre a transposição cénica de O Pássaro da Cabeça e mais versos para crianças de Manuel António Pina.
11h20 – 11h40
Osvaldo Silvestre
De pés para o ar: a obra de Manuel António Pina nos anos 70
(a enviar resumo)
11h40 – 12h
Paola Poma
Manuel António Pina entre ruínas e outras moradas
Este trabalho pretende analisar as imagens presentes no último livro de Manuel António Pina intitulado Como se desenha uma casa (2011). Para além das referências vinculadas às coisas concretas que compõem uma casa, o poeta também alude às coisas da memória (nossa casa talvez mais secreta): os amigos presentes/ausentes, reais/fictícios e a própria poesia – um dos temas centrais de sua obra.
Transitando entre imagens abstratas e concretas, o desenho da casa se dá em meio a passagem do tempo e a configuração da morte contamina a paisagem. Seria possível encontrar nesta arquitetura pequenas zonas de respiro? Outras moradas?
12h – 12h10
Diálogo aberto ao público
12h10 – 12h20
PAUSA PARA CAFÉ
:—::—:
Conferencistas
Painel 2
12h20 – 12h40
Gustavo Rubim
Lições de sobrevivência em Manuel António Pina
O título Aquele que quer morrer (livro de 1978) e algumas formulações poéticas conhecidas parecem associar Manuel António Pina a um páthos sacrificial que faria do poeta um sujeito póstumo a si mesmo. No poeta de Como se desenha uma casa multiplica-se um estilo de enunciados pedagógicos e um impulso teórico que se insinuam consistentes com uma atitude ascética e mortificante. Seria esta suspensão da existência uma apropriação anacrónica da “morte aparente no pensamento” que Sloterdijk encontra na origem e na história da filosofia? Haveria na modernidade e na pós-modernidade uma forma de homo poeticus que se procurou dotar de um poder e de um saber comparáveis ao do homo teoricus da tradição filosófica? O temperamento humorístico de MAP desconcerta este tipo de interpretação. Se a sua poética configura “uma pedagogia do literário”, como lhe chamou Rita Basílio, as aprendizagens que dela se extraem já difundem uma pragmática da sobrevivência para o tempo em que toda a existência está atravessada pelo complexo aparelho da escrita e da leitura.
12h40 – 13h
Paola Poma
Conversa sobre a recepção de Manuel António Pina no Brasil
13h – 13h10
Diálogo aberto ao público
13h10 – 15h
ALMOÇO
:—::—:
Período da tarde: 15h – 16h30
Conferencistas
Painel 3
15h – 15h20
Pedro Eiras
Que horas são? Derivas sobre o tempo em Manuel António Pina
O primeiro livro de poesia de Manuel António Pina chama-se Não É o Fim Nem o Princípio do Mundo Calma É Apenas um Pouco Tarde. Um título como este não pode deixar de multiplicar questões: de que tempo se fala aqui? por que se deve ter calma? e é um pouco tarde, sim, mas para quê ao certo? Com certeza não estamos na génese nem no apocalipse, mas que estranho calendário se introduz assim, que estranho anacronismo ameaça esta condição tardia? E o que significa este gesto tão estranho – de uma poesia que se inaugura dizendo que já é um pouco tarde, uma poesia que já se atrasou um pouco, e, contudo, ainda vem a tempo, ainda vem muitíssimo a tempo?
15h20 – 15h40
Rui Lage
Uma Música Física no Fundo da Alma: Intersecções da Poesia com a Ciência em Manuel António Pina
Numa entrevista de 2010, Manuel António Pina argumentou que a astronomia e a física de partículas possuem não só uma natureza “poética” como se socorrem por vezes, no plano comunicativo, de uma linguagem próxima da poesia. Reciprocamente, essa “poesia” da ciência transfunde-se em vários poemas do autor, quer explicitamente, em títulos como “Teoria de Cordas” ou “Aquário de Bohm”, quer subliminarmente. Embora esta dimensão acentue a novidade e a raridade do lugar ocupado por Pina na história da poesia portuguesa, a repercussão das ciências do infinitamente grande e do infinitamente pequeno na sua poética foi reiteradamente evitada pelos críticos e estudiosos. No prolongamento das aproximações já ensaiadas num livro de 2016, iremos problematizar e aprofundar as intersecções da poesia com a ciência na obra poética de Manuel António Pina.
15h40 – 16h
Arnaldo Saraiva
(a enviar título e resumo)
16h – 16h10
Diálogo aberto ao público
[Este projeto prevê a edição do Livro-Catálogo Desimaginar o Mundo. Manuel António Pina 2018, que integrará os ensaios dos Colóquios do Porto e de São Paulo e as obras em mostra nas Exposições que integram as Jornadas.]